segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A Mulher de Preto revive atmosfera gótica dos clássicos de horror



Muito bom ver o cinema britânico de horror sendo revitalizado. E com uma produtora lendária como a Hammer Films ainda por cima, que retorna à ativa prometendo trazer o gótico clássico e suntuoso que foi sua marca entre as décadas de 1950 e 1970.
Para os fãs de terror, “A Mulher de Preto” ainda tem como atrativo a direção de James Watkins, que havia estreado com o pé direito com o tenso “Sem Saída” (Eden Lake, 2008), lançado direto em vídeo no Brasil. Mas o maior chamariz da produção, para que atinja o grande público, é mesmo seu astro: Daniel Radcliffe, que não pretende ser o Harry Potter para o resto da vida.
E até que ele se saiu bem, ainda que, no começo do filme, não deixa de ser estranho vê-lo desempenhar papel de pai, devido à sua aparência ainda muito jovem. Radcliffe interpreta um advogado viúvo (a esposa morreu no parto) enviado a um vilarejo afastado para cuidar dos documentos de um cliente recém-falecido, deixando com a empregada o seu filho de quatro anos. Ao chegar ao local, logo percebe que praticamente todos os habitantes lhe são hostis.
O lugar tem uma atmosfera carregada de brumas, o que acentua o clima gótico do filme, que quase não mostra carros, devendo se passar na virada do século 19 para o início do século 20.
A trama é baseada num romance de horror da escritora Susan Hill, que já havia sido levado para a telinha numa produção britânica de 1989. A versão de cinema foi escrita por Jane Goldman, roteirista de “X-Men: Primeira Classe” (2011).
“A Mulher de Preto” capricha naqueles detalhes intrínsecos dos filmes de fantasmas: portas rangendo, velas para dar um pouco de luminosidade a um ambiente mergulhado na penumbra, teias de aranha, bonecas vintage nos quartos e, principalmente, uma velha mansão assombrada por espíritos que surgem de vez em quando para assustar a audiência. E, de fato, há tempos não se via um filme de fantasmas capaz de assustar tanto o público.
Apesar dos clichês já velhos
 conhecidos, Watkins consegue desenvolver bem o clima macabro, a ponto de arrancar gritinhos no escuro. A cena da cadeira de balanço talvez seja o grande momento.
Destaque também para a belíssima direção de arte e para a fotografia de Tim Maurice-Jones (cinematógrafo de “Snatch – Porcos e Diamantes”). Uma pintura.

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