domingo, 4 de março de 2012

Review: “Girl Gone Wild” – Madonna


Acho que já podemos considerar Give Me All Your Luvin’ o primeiro grande fracasso Pop do ano, né?
A primeira faixa de “MDNA” já caiu para fora do Top 50 do Hot 100 (da Billboard) na quarta semana desde a estréia, e é a primeira carro-chefe de Madonna que não passeou pelo Top 10 do Reino Unido, precisou se contentar com um vergonhoso ápice de #37 por lá. Fica até difícil imaginar como esse desempenho seria caso não houvesse o show gigantesco no Super Bowl e os mini-versos de M.I.A. e Nicki Minaj. Numa tentativa de salvar a situação e recuperar o buzz original que o décimo segundo disco da rainha do Pop detinha nas costas, a Interscope acaba de lançar um novo single, menos de um mês depois do anterior.
Em seu esforço vitalício de superar expectativas, o maior desafio de Madonna hoje é conseguir produzir um hit numa era onde as tendências se transformam num piscar de olhos. O que parecia ter todo o potencial do mundo em estúdio no ano passado pode ser recebido como algo ultrapassado nas tabelas de hoje.
Alcançar isso seria um feito épico para um artista que continua firme depois de quase trinta anos de carreira. Em sua época de ouro, Madonna tinha faro para grandes ondas que viriam a colidir no futuro. Ela as processava, retirava da escuridão e preparava algo único para que a massa consumisse, usando muita polêmica e apelo sexual como tempero. Foi assim que conquistou tanto respeito no meio musical com críticos e com o público.
A capa de “Girl Gone Wild” ilustra Madonna vestida de lingerie e esbanjando sexualidade como nenhuma outra cantora de sua idade. Já a faixa, produzida por Benny Benassi, decepciona os que seguiram o DJ durante o renascimento de Kelis há dois anos atrás no brilhante Flesh Tone por ser linear demais.
Soa preguiçosa e não poderia ser mais estéril do que é. A performance da material girl é monótona, não convence. O ouvinte fica aguardando um momento de transição o tempo inteiro, até que a ponte final chega para estragar quaisquer chances disso ocorrer.
Talvez o verdadeiro ponto fraco de Girl Gone Wild seja sua letra mecânica. Todos os versos são clichês manjadíssimos, que fazem referências claras a Cyndi Lauper [rival das grandes nos anos 80] e a outros hits da própria Madonna. A confissão da introdução lembra “Like A Prayer” automaticamente, a vibe tenta forçar um retorno a Confessions On A Dancefloor, o ritmo é quase idêntico ao remix de Celebration[produzido pelo próprio Benassi], porém os vocais são tão fracos que às vezes se perdem em meio a todos os sintetizadores, sem falar nas correções onipresentes do Autotune. É como se todos os pop hits dos últimos quatro anos estivessem fundidos em pouco mais de três minutos e meio que parecem não passar de jeito nenhum.
O senso aventureiro de risco se perdeu. Ou você reconhece que Madonna deixou de ser a artista visionária das duas décadas passadas ou você entra para curtir a festa. E aí? O que vai ser?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ACESSO PELO MUNDO