terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Produtores discutem final da série Dexter



O final de temporada de “Dexter”, exibido no domingo (18/12) nos EUA, atingiu pico de audiência no canal pago Showtime e se tornou um dos temas mais comentados nas redes sociais neste começo de semana. “Tínhamos este plano há vários anos”, disse a produtora executiva da série Sara Colleton, referindo-se às bombas dramáticas disparadas no capítulo final. “Estávamos apenas adiando o inevitável”, completou o produtor Scott Buck.
Os produtores comentaram as reviravoltas e a revelação inesperada, que deixou os telespectadores boquiabertos, atendendo a imprensa na ressaca do dia seguinte. As próximas frases contém os maiores spoilers do ano. Feche os olhos, pare de ler, fuja para outra página ou desligue o aparelho antes que seja… tarde demais.
Não bastasse o fato de a religião ser o tema principal da série neste ano, o que já poderia causar polêmica suficiente, os produtores resolveram concluir a temporada com um tabu ainda maior: incesto. Debra Morgan (Jennifer Carpenter) percebeu, durante terapia, que seu sentimento por Dexter (Michael C. Hall) ia além do amor fraternal. E como se isso não fosse suficiente para deixar os fãs com um nó na garganta, a última cena, o momento “OMG” (ou, nas palavras textuais de Dexter: “Oh, God”), traz Deb descobrindo, com os próprios olhos, que seu irmão adotivo mata pessoas à sangue frio – algo que o público imaginou que só pudesse acontecer no final da série.
“Sabemos que os dois próximos anos serão os últimos da série, por isso finalmente estamos nos encaminhando para as coisas que vínhamos adiando”, explicou a produtora executiva Sara Colleton.



Os fãs tinham ciência que mais hora, menos hora, Deb teria de saber a verdade sobre o instinto assassino de Dexter, mas e quanto a ela estar apaixonada pelo irmão? Isso pegou a todos de surpresa. No entanto o produtor Scott Buck garante que o assunto não é uma novidade entre os criadores da série. “É uma ideia que tem sido discutida na sala dos roteiristas há anos, desde a 2ª temporada”, ele esclarece. “Não era algo em que estávamos necessariamente trabalhando, mas quando examinamos de perto, sempre foi nessa direção que encaminhamos a história – pelo menos em algum tipo de nível subconsciente”.
O produtor lembra que a ideia sempre surgia quando eles se reuniam para discutir a temporada seguinte, mas acabavam optando por adiar o assunto, até que o tema se tornou inevitável. “Senti que havia ali essa grande história que estávamos barrando”, justificou.
E sobre um possível incômodo que a questão do incesto poderia provocar no público, o produtor não vê motivos para preocupação: “É engraçado para mim as pessoas aceitarem tranquilamente o fato de que Dexter é um serial killer, mas se incomodarem com o amor de Deb por seu irmão”, defendeu-se Buck, lembrando que a série é polêmica por natureza.
Curiosamente, quem poderia tem mais objeções com esse relacionamento entre os personagens não seriam nem os fãs, mas os intérpretes, que haviam se casado em 2008 e se separaram em 2010 – o divórcio foi oficializado apenas no início de dezembro. Buck, no entanto, garante que os atores estão lidando bem com a situação, até porque Hall e Jennifer continuam amigos e a série precisa continuar.
“Eles sabem que isso faz parte do programa, eles são profissionais e dispostos a ir para onde quer que os personagens os levem”. Outro fator interessante de se observar é que o incesto parece estar em alta na TV norte-americana: “Boardwalk Empire” e “Game of Thrones” também trazem o assunto em seu enredo e, nos dois casos, tratam-se de irmãos biológicos.
Buck não dá qualquer pista sobre como a história irá se desenvolver na próxima temporada, assim como não deixa muito claro como será a relação entre os irmãos após Deb presenciar Dexter afundando uma lâmina no peito do assassino Travis (Colin Hanks). “Já era hora de finalmente levantarmos a cortina, pelo menos um pouco. E nós vamos lidar com isso de uma maneira divertida e dramática”, disse, sem dizer muito, na verdade. “Mas exatamente em qual direção iremos seguir, você vai precisar assistir à próxima temporada para descobrir.”
Já que os produtores assumiram que preparam o fim de “Dexter” para daqui a dois anos – a menos que os planos mudem – , a descoberta de Deb deve ser apenas a ponta do iceberg que se dirige ao caminho do protagonista na próxima temporada. Será que Dexter vai acabar preso por seus crimes ou… algo pior?
Buck confessa que ainda não existe uma conclusão definida, apenas uma ideia de onde a história vai parar. “Há uma grande equipe criativa por trás da série, com diferentes escritores e produtores, e certamente Michael Hall também tem voz sobre o que pode acontecer, por isso vai chegar um ponto em que iremos nos sentar e comparar todas as sugestões antes de decidirmos como será nosso final”.

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